terça-feira, 6 de novembro de 2007

Anatomia no Período Romano

Em muitos aspectos, o Império Romano abafou os avanços científicos e preparou as bases para a Idade do Obscurantismo (Idade Média). A abordagem científica substituiu a teoria pela prática durante esse período. Foram realizadas algumas dissecações de cadáveres visando mais determinar a causa da morte em caso criminais. A medicina não era preventiva mas limitava-se, quase sem exceção, aos tratamento de soldados feridos em batalhas. Nos últimos tempos da história romana, as leis eram estabelecidas atestando a influência da Igreja na prática médica. De acordo co ma lei romana, pro exemplo, nenhuma mulher grávida falecida poderia ser enterrada sem remoção anterior do feto do útero de forma que pudesse ser batizado.
Os documentos científicos que foram preservados do Império Romano são principalmente compilações de informações obtidas dos estudiosos gregos e egípcios. Informações anatômicas novas eram escassas, e em sua maior parte se referiam mais as dissecações de animais do que de seres humanos. Dois anatomistas romanos importantíssimos foram Celsus e Galeno.

Celsus

A maior parte do que se conhece, atualmente, sobre a escola médica de Alexandria baseia-se nas escritas do enciclopedista romano Cornelius Celsus (30 a.C. – 30 d.C.). Ele compilou estas informações em um trabalho de oito volumes chamado “ Dere medicina”. Contudo, Celsus teve influência apenas limitada em seu próprio tempo, provavelmente por causa do uso do latim em lugar do grego. O enorme valor de sua contribuição não foi reconhecido até o Renascimento.

Galeno

Claudius Galeno (130-201 d.C.) foi talvez o melhor médico desde Hipócrates. Um grego que viveu sob a dominação romana, foi certamente o escritor mais influente de todos os tempos em assuntos médicos. Durante quase 1500 anos, as escritas de Galeno representaram a maior autoridade na anatomia e no tratamento médico. Galeno, provavelmente, não dissecou mais do que dois ou três cadáveres humanos durante toda a sua existência, o que forçosamente limitou suas descrições anatômicas em dissecações de animais e não em seres humanos. Ele compilou quase 500 documentos médicos (dos quais 83 foram preservados) desde obras antigas de outros autores como também de seus próprios estudos pessoais, e perpetuou o conceito dos humores do corpo e deu explicações abalizadas em quase todas as funções do corpo.
As obras de Galeno contêm muitos erros, principalmente por causa de sua vontade em querer tirar conclusões definitivas relativas sobre as funções do corpo humano baseando-se em dados obtidos em sua maior parte de animais como macacos, porcos e cachorros. Ele demonstrou, porém, alguns detalhes anatômicos interessantes e precisos que ainda são considerados estudos clássicos. Provou ser um experimentalista, demonstrando que o coração de um porco continuava batendo quando os nervos espinais eram seccionados de forma que os impulsos nervosos poderiam não alcançar o coração; e mostrou que os guinchos de um porco cessavam quando o nervo laríngeo recorrente que inervava as pregas vocais eram seccionados.
Galeno também amarrou o ureter de uma ovelha provando que a urina era proveniente dos rins e não da bexiga, como se afirmava erradamente.
Além disso, constatou que as artérias continham sangue em lugar de ar.
Galeno compilou uma lista de muitas plantas medicinais e medicamentos usados extensivamente para tratar enfermidades.
Era também um forte defensor de auxiliar a saúde natural com boa higiene, dieta adequada, repouso e exercícios.

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