terça-feira, 6 de novembro de 2007

Anatomia no Período Alexandrino

Alexandre, o Grande, fundou Alexandria em 332 a.C. e a fez capital do Egito e um centro de aprendizado. Além de uma grande biblioteca, havia também uma escola de medicina em Alexandria.
O estudo da anatomia floresceu porque eram admitidas as dissecações de cadáveres humanos e vivissecções de humanos (dissecação de seres vivos). Este procedimento brutal era executado comumente em criminosos condenados, sob o argumento de que a melhor forma de compreender as funções do corpo seria estudá-las enquanto o indivíduo estivesse vivo, e que um homem condenado poderia retribuir melhor a sociedade através da utilização do seu corpo para uma vivissecção científica.
Infelizmente, as contribuições eruditas e o desenvolvimento científico de Alexandria não penduraram. A maioria dos trabalhos escritos foi destruída quando a grande biblioteca foi queimada pelos romanos ao conquistarem a cidade em 30 a.C.
O que se sabe sobre Alexandria dói obtido através das escritas dos últimos filósofos, cientistas e historiadores, inclusive Plínio, Celsus, Galeno e Tertuliano. Dois homens da Alexandria, Herófilo e Erasistrato, fizeram as contribuições mais duradouras para o estudo da anatomia.

Herófilo

Herófilo (aproximadamente 325 a.C.) foi preparado na escola Hipocrática mas se tornou grande professor de anatomia em Alexandria. Através de vivissecções e dissecções de cadáveres humanos, ele apresentou descrições excelentes do crânio, olho, vários órgãos e as relações funcionais da medula espinal com o cérebro. Duas obras monumentais de Herófilo são chamadas “Sobre a anatomia” e “Dos Olhos”. Ele considerava o cérebro como a sede da inteligência e descreveu muitas de suas estruturas, como as meninges, o encéfalo, o cerebelo e o quarto ventrículo, e foi também o primeiro a distinguir nervos sensitivos e motores.

Erasistrato

Erasistrato (aporximadamente 300 a.C.) interessava-se mais pelas funções do corpo do que pela estrutura e freqüentemente é chamado o pai da fisiologia. Em um livro sobre as causas das doenças, ele incluiu observações sobre o coração, os vaso, o encéfalo e os nervos cranianos. Erasistrato observou os efeitos tóxicos do veneno de serpente em vários órgãos viscerais e descreveu alterações no fígado resultantes de várias doenças. Embora algumas de suas escritas fossem cientificamente precisas, ele também teve noções primitivas e místicas. Por exemplo, pensou que os nervos cranianos conduziam espíritos animais e que os músculos se contraíam porque eram distendidos pelos espíritos, que o ventrículo esquerdo do coração estava cheio com um espírito de ar vital (pneuma) que entrava nos pulmões e que as artérias transportavam este pneuma em lugar de sangue. Quase...

Herófilo e Erasistrato foram muito criticados historicamente pelas vivissecções que executaram. Celsus e Tertuliano, eram particularmente críticos da prática de vivissecção. Herófilo, às vezes, era citado como um açougueiro de homens que dissecou mais de 600 seres humanos vivos, muitas vezes em demonstrações públicas.

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